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Sei que as vezes uso palavras repetidas, mas quais são as palavras que nunca são ditas?

Máscaras.


Dizer que você se conhece totalmente é um engano. Ninguém pode saber totalmente como é e muito menos do que é capaz. Estamos abertos à novas experiências e consequentemente às rasteiras que a vida nos dá.
Às vezes passamos por algumas situações em que somos obrigados a começar tudo de novo, nos tornarmos uma folha em branco e escrever uma nova página. Claro que é complicado e exige muito de nós, mas tem algumas pessoas que acabam levando isso meio a sério demais e se tornando pessoas totalmente opostas ao que realmente são ou que pensam ser. Acabam pensando que precisam fazer algumas coisas, usar alguma roupa específica ou ouvir uma certa música pra parecerem mais compreendidos e mais aceitos pelos outros. Esquecem de quem eram e passam a conviver com duas personalidades diferentes, aquela chamada de essência, que você não pode se desfazer, e aquela que você usa como disfarce, como uma máscara.
A sua essência carrega tudo que você é desde o momento que se deu conta que está nesse mundo por algum motivo, todas as tuas experiências, teus segredos, teus sentimentos e teus valores. O que você acha certo e o que acha errado. Tudo que você pensa sobre qualquer coisa e tudo que você faz está na sua essência, e isso é motivo de orgulho pra qualquer um.
E a sua máscara, bom, você sabe a sua máscara.
Usada para distrações e até para se aproximar dos outros, sua máscara é o artifício que você usa pra suportar o fardo que carrega por tentar esconder sua essência. Te traz uma ideia de segurança momentânea, de que você vai conseguir se tornar o que a sua máscara é, mas que no fim, quando você se pega pra pensar, te distancia cada vez mais do que você acredita ser. Todos nós já tivemos e ainda temos uma máscara, o que nos difere é o que a nossa máscara representa. Porque eu sei que você, quando está sozinho, pensa no que você está se tornando. Pensa no que está fazendo pra manter essa máscara e no que isso está te custando.
Finalmente você enxerga a sua essência correndo pelas suas veias, te trazendo de volta ao que você é. E você no fundo sente vontade de deixar sua essência fluir. Largar essa máscara e deixar que o sol te toque a face, mostrar aos outros quem você realmente é.
Só que você também sabe que a ideia de poder ser quem você não é te traz uma segurança em relação aos outros, porque não se pode confiar em qualquer um e logo achar alguém digno de conhecer sua essência se torna mais trabalhoso. Mas e quando a sua máscara se torna indispensável e você passa a depender dela pra ao menos ter alguma pseudo-amizade? Vale a pena passar por cima dos seus valores pra ser algo que você não é? Não te dói na consciência saber que você está se tornando um estranho à você mesmo? Você não sente vergonha dessa sua máscara?
E porque você acha que fazer certas coisas é necessário pra fazer parte de um grupo? Será que esse grupo merece saber a sua essência? E você, acha que conhece a essência deles?
Talvez um pouco de coragem e bom senso são necessários pra você tirar essa sua máscara de vez. Talvez o que você precise é de alguém pra te tirar essa máscara. E talvez você possa estar com essa pessoa ao seu lado, te escrevendo esse texto e esperando pra te revelar o teu melhor que você não se lembra há algum tempo.

3 comentários:

Anônimo disse...

Já parou para pensar que talvez não seja uma máscara? Que todo mundo só quer enxergar isso porque é mais fácil pensar que uma certa pessoa está se transformando em alguém que não é? Quem sabe, essa mesma pessoa pode acabar de ter se encontrado na vida.

Anônimo disse...

acabar de ter se encontrado *

Anônimo disse...

dammit! Ter acabado de se encontrar ***

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