Fica tranquilo. Nunca ninguém será igual a você. Não precisa ficar dias e dias pensando se a pessoa encontrará alguém melhor. Pode encontrar, é claro, mas isso não apagará o seu jeito, as suas lembranças. Tenho conversado com muitas pessoas e elas insistem em me dizer isso. Fiquei pensando ontem e elas estão certas. Sabe, ninguém terá meu modo de falar, meu jeito idiota ou talvez meu sorriso. Terão os deles. Não serão melhores ou piores, serão os deles.
Tenho me pegado pensando em como marcamos na vida de alguém. As melhores lembranças vêm na frente, depois temos alguns momentos, até apelidos, palavras, jeito de tratar que fazem cada pessoa eterna de um jeito diferente. Até nas músicas. Uma música sempre te lembrará de alguém que você amou. Inevitável, não é?
Os dias e as horas têm me ensinado muito. Primeiro, podemos dizer que o tempo te ajuda a lembrar de muitos momentos bons e te dar menos motivos para querer estragar tudo. Outra que a cabeça tem que ficar menos pesada. A gente faz tudo que pode. Pessoas te farão rir muito outra vez, farão você se apaixonar, mas toda vez que você ouvir uma música, ler algum texto ou lembrar de algum apelido, sua cabeça inevitavelmente lembrará daquela pessoa. Uma recaída? Não! Apenas uma lembrança, de tantas que essa vida traz.
As lembranças ruins podem vir e querer ganhar na corrida das boas. Isso é normal. Situações inacabadas são comuns. Algo do tipo, podem lembrar de você, mas com mágoa. Isso ninguém quer. Gostaria de ser lembrado como alguém que fez sempre o melhor pra ter um sorriso. Tratar com carinho nas horas que fosse preciso. Estar ali…
Por mais que a pessoa te faça sorrir como costumava sorrir, por mais que a pessoa tenha o carinho, as palavras, essa pessoa é diferente. Se teve amor um dia, seja há quatro anos ou há um, com certeza sempre haverão lembranças. Não adianta chorar. Somos eternos na vida de cada pessoa. Uma música, um apelido, um sorriso, um momento e até uma lágrima. Olha o tempo fazendo a gente entender que nunca mais tocaremos a mesma música, chamaremos pelo mesmo apelido ou choraremos as mesmas lágrimas. Tempo ensina, faz bem, confia nele. Confia na minha história. Confia em mim.
Sei que as vezes uso palavras repetidas, mas quais são as palavras que nunca são ditas?
"Socorro, alguém me ajude!"
Um grito ecoou naquele dia nublado. O jovem estava ali atirado no meio da rua. “Me ajudem, por favor”, ele dizia aos prantos. Um grupo de pessoas começou a se juntar em sua volta. Ninguém entendia o que o rapaz tinha. Não havia marca de nenhum machucado, não havia nenhum ferimento visível.
“Está doendo muito, por favor, façam isso parar”, continuava a dizer. No meio da multidão, que incluía jovens, crianças, mulheres, homens, existia um senhor de idade. Todos preocupados com o jovem, querendo de alguma forma ajudá-lo, sem saber como. Os olhos do rapaz encontrou no meio da multidão o senhor de idade. O rosto do senhor era calmo. Ele não estava preocupado com a situação do rapaz.
“Eu não queria, não queria”, gritou mais uma vez. “Não queria o que?!” – muitas pessoas disseram ao mesmo tempo. “Eu não queria ir embora, eu não queria fazer tudo que estou fazendo”, contou. Enquanto ele falava, o senhor de idade veio se aproximando, o puxou pelo braço, colocou o rapaz de pé e apenas disse: “Pare”.
“O senhor nem sabe o motivo dos meus gritos, da minha dor, me solta”, gritou. “Eu sei muito bem. Quantos anos o você tem, garoto? 23?! 22?! Tenho 72 anos e sei muito bem qual é seu problema”, disse de forma agressiva. O senhor o levou para perto de um lugar estranho. Um lugar iluminado apenas pela luz do sol. O rapaz não sabia para onde ele estava o levando, parecia um lugar o qual ele já estava acostumado a ir. Ele retirou calmamente um papel bastante amassado e velho, uma carta retirada de um caixote que estava meio escondido. O entregou a ele e disse: “Leia..”
Uma coisa chamou a atenção do garoto. A carta tinha sido escrita em 1970. Estavam em 2011. Olhou para o senhor e antes de perguntar qualquer coisa, recebeu uma resposta que nunca esperava:
“Ela não voltou, nunca mais. Parou no meio do caminho, ficou mais tempo por lá. Deve ter conhecido alguém. Minha vida não parou, continuei aqui de alguma forma, mantendo essa carta, minha última lembrança de nossa história, quando ainda existia amor. Antes mesmo de você me contar seu problema, presumi que seria pelo amor. Se errei, peço desculpas, mas garanto que não. Não existe sofrimento maior do que esperar alguém que não vai voltar. Não sorrio há muito tempo. Mas não deixei de viver minha vida.”
Eu estava confuso. O senhor me deu uma palmada nas costas e disse: “Fique perto do seu melhor amigo agora”, soou como um suspiro. Perguntei: “Quem?”
“O tempo”, finalizou.
“Está doendo muito, por favor, façam isso parar”, continuava a dizer. No meio da multidão, que incluía jovens, crianças, mulheres, homens, existia um senhor de idade. Todos preocupados com o jovem, querendo de alguma forma ajudá-lo, sem saber como. Os olhos do rapaz encontrou no meio da multidão o senhor de idade. O rosto do senhor era calmo. Ele não estava preocupado com a situação do rapaz.
“Eu não queria, não queria”, gritou mais uma vez. “Não queria o que?!” – muitas pessoas disseram ao mesmo tempo. “Eu não queria ir embora, eu não queria fazer tudo que estou fazendo”, contou. Enquanto ele falava, o senhor de idade veio se aproximando, o puxou pelo braço, colocou o rapaz de pé e apenas disse: “Pare”.
“O senhor nem sabe o motivo dos meus gritos, da minha dor, me solta”, gritou. “Eu sei muito bem. Quantos anos o você tem, garoto? 23?! 22?! Tenho 72 anos e sei muito bem qual é seu problema”, disse de forma agressiva. O senhor o levou para perto de um lugar estranho. Um lugar iluminado apenas pela luz do sol. O rapaz não sabia para onde ele estava o levando, parecia um lugar o qual ele já estava acostumado a ir. Ele retirou calmamente um papel bastante amassado e velho, uma carta retirada de um caixote que estava meio escondido. O entregou a ele e disse: “Leia..”
“Olá meu amor. Queria que soubesse que as coisas estão bem aqui. Sinto sua falta todos os dias. Sinto falta do jeito que você me faz rir, até do jeito que sente minha falta. Sinto falta do modo que você conta suas piadas bobas para me fazer rir. Sinto falta do seu cheiro, do seu abraço. Queria que soubesse que estou voltando para casa. Essa viagem está sendo mais longa que nunca. Não vejo a hora de voltar e ter a chance de receber mais uma vez o seu abraço. Com muito amor, Rosa”
Uma coisa chamou a atenção do garoto. A carta tinha sido escrita em 1970. Estavam em 2011. Olhou para o senhor e antes de perguntar qualquer coisa, recebeu uma resposta que nunca esperava:
“Ela não voltou, nunca mais. Parou no meio do caminho, ficou mais tempo por lá. Deve ter conhecido alguém. Minha vida não parou, continuei aqui de alguma forma, mantendo essa carta, minha última lembrança de nossa história, quando ainda existia amor. Antes mesmo de você me contar seu problema, presumi que seria pelo amor. Se errei, peço desculpas, mas garanto que não. Não existe sofrimento maior do que esperar alguém que não vai voltar. Não sorrio há muito tempo. Mas não deixei de viver minha vida.”
Eu estava confuso. O senhor me deu uma palmada nas costas e disse: “Fique perto do seu melhor amigo agora”, soou como um suspiro. Perguntei: “Quem?”
“O tempo”, finalizou.
Objetivos.
E a gravidade age sobre os últimos grãos de areia na ampulheta sobre a mesa. Parece que no final do ano o tempo corre um pouco mais rápido pra passar a tocha do "agora" para o próximo ano e enfim ter seu merecido descanso.
Um ano. Todo esse tempo a seu dispor e o que você mais queria vai ter que esperar pro próximo ano, que vai pro próximo e pro próximo. Sempre é assim. A nossa capacidade de deixar as coisas pra depois vai além da nossa vontade de querê-las agora.
Você começa o ano achando que tudo o que deseja vai dar certo. O clima das festas te contagia e te dá um novo objetivo a cumprir. Passamos por janeiro reclamando que as férias estão no fim e logo chegamos em fevereiro e temos que assumir as responsabilidades que deixamos dois meses atrás. Também reclamamos do Carnaval e logo estamos com a casa lotada de ovos de páscoa. Chegam as festas juninas e já estamos novamente nas férias de julho e aquele objetivo proposto em janeiro está lá, sendo lembrado somente quando podemos ter um tempo pra descansar da correria. Mas como ainda temos um semestre pela frente, o objetivo terá seis longos meses para ser cumprido por nós. O colocamos de lado e partimos para o frio de agosto. Setembro escapa de nossas mãos e quando nos damos conta, estamos no meio de outubro. E mais rápido ainda, nos pegamos no fim de dezembro, olhando pra trás e se lembrando daquele velho objetivo que não se cumpriu.
Então eu estou aqui, no fim de dezembro desse ano, relendo alguns antigos posts que eu havia feito numa época mais clara e, caramba, como eu estou diferente. Seria um sinal de amadurecimento? Talvez. Mas eu confesso que o objetivo que eu criei no começo de janeiro foi esquecido há muito tempo e fico mais aliviado em saber não faço a mínima questão de lembrar.
Tanta coisa me aconteceu nesses últimos meses, e eu posso ver isso claramente aqui. As datas coincidem-se e eu descobri que a escrita vêm sido o meu refúgio desde alguns rascunhos e esboços que eu encontrei de quando tinha dez anos. Documentar tudo o que estou sentindo e as minhas opiniões tem sido uma das únicas maneiras que eu encontrei pra não enlouquecer completamente. Como se a sua frustração fosse para o papel e ficasse lá e quando você termina de escrever ou de desenhar, você se sente mais leve, mais forte pra sobreviver.
Devo dizer que sobrevivi bem a esse ano. Apesar dos grandes sumiços daqui, me sinto mais confortável escrevendo aqui do que conversando com o meu melhor amigo, como se esse blog fosse o meu ouvinte mais confiável e mais secreto das minhas confissões. Embora eu prefira o meu melhor amigo, é claro. Também me atrevo a dizer que blogs e diários são os melhores amigos daqueles que sofrem, como se fosse a sua própria Penseira e nele você guardasse tudo o que pensa.
Um ótimo ouvinte, mas que não te traz muitas respostas. Exatamente como a Penseira, só o que você pensa não é o suficiente pra te trazer as respostas que precisa e te dar a coragem pra fazer as coisas que deseja. Esse é o papel do seu melhor amigo. E eu posso afirmar com toda a certeza do mundo que no ano de 2011 eu consegui alguns amigos a mais que me trouxeram tanto esclarecimento de coisas que nem eu mesmo sabia sobre mim. Seria muita audácia dizer que o meu objetivo de janeiro seria fazer mais amigos? Porque, se fosse esse mesmo o objetivo, eu estaria com meu ano de 2011 cumprido com muito sucesso. Pensando nisso, resolvi deixar registrado o meu objetivo para 2012. Nesse ano que está por vir, o que eu mais queria é fazer a diferença para alguém, tamanha diferença que os meus novos amigos e especialmente um amigo fez a mim. É o que eu desejo do fundo do meu coração e é o que eu vou tentar fazer durante o ano que vem. Ou pelo menos até a hora que janeiro termine e tudo volte ao normal.
Um ano. Todo esse tempo a seu dispor e o que você mais queria vai ter que esperar pro próximo ano, que vai pro próximo e pro próximo. Sempre é assim. A nossa capacidade de deixar as coisas pra depois vai além da nossa vontade de querê-las agora.
Você começa o ano achando que tudo o que deseja vai dar certo. O clima das festas te contagia e te dá um novo objetivo a cumprir. Passamos por janeiro reclamando que as férias estão no fim e logo chegamos em fevereiro e temos que assumir as responsabilidades que deixamos dois meses atrás. Também reclamamos do Carnaval e logo estamos com a casa lotada de ovos de páscoa. Chegam as festas juninas e já estamos novamente nas férias de julho e aquele objetivo proposto em janeiro está lá, sendo lembrado somente quando podemos ter um tempo pra descansar da correria. Mas como ainda temos um semestre pela frente, o objetivo terá seis longos meses para ser cumprido por nós. O colocamos de lado e partimos para o frio de agosto. Setembro escapa de nossas mãos e quando nos damos conta, estamos no meio de outubro. E mais rápido ainda, nos pegamos no fim de dezembro, olhando pra trás e se lembrando daquele velho objetivo que não se cumpriu.
Então eu estou aqui, no fim de dezembro desse ano, relendo alguns antigos posts que eu havia feito numa época mais clara e, caramba, como eu estou diferente. Seria um sinal de amadurecimento? Talvez. Mas eu confesso que o objetivo que eu criei no começo de janeiro foi esquecido há muito tempo e fico mais aliviado em saber não faço a mínima questão de lembrar.
Tanta coisa me aconteceu nesses últimos meses, e eu posso ver isso claramente aqui. As datas coincidem-se e eu descobri que a escrita vêm sido o meu refúgio desde alguns rascunhos e esboços que eu encontrei de quando tinha dez anos. Documentar tudo o que estou sentindo e as minhas opiniões tem sido uma das únicas maneiras que eu encontrei pra não enlouquecer completamente. Como se a sua frustração fosse para o papel e ficasse lá e quando você termina de escrever ou de desenhar, você se sente mais leve, mais forte pra sobreviver.
Devo dizer que sobrevivi bem a esse ano. Apesar dos grandes sumiços daqui, me sinto mais confortável escrevendo aqui do que conversando com o meu melhor amigo, como se esse blog fosse o meu ouvinte mais confiável e mais secreto das minhas confissões. Embora eu prefira o meu melhor amigo, é claro. Também me atrevo a dizer que blogs e diários são os melhores amigos daqueles que sofrem, como se fosse a sua própria Penseira e nele você guardasse tudo o que pensa.
Um ótimo ouvinte, mas que não te traz muitas respostas. Exatamente como a Penseira, só o que você pensa não é o suficiente pra te trazer as respostas que precisa e te dar a coragem pra fazer as coisas que deseja. Esse é o papel do seu melhor amigo. E eu posso afirmar com toda a certeza do mundo que no ano de 2011 eu consegui alguns amigos a mais que me trouxeram tanto esclarecimento de coisas que nem eu mesmo sabia sobre mim. Seria muita audácia dizer que o meu objetivo de janeiro seria fazer mais amigos? Porque, se fosse esse mesmo o objetivo, eu estaria com meu ano de 2011 cumprido com muito sucesso. Pensando nisso, resolvi deixar registrado o meu objetivo para 2012. Nesse ano que está por vir, o que eu mais queria é fazer a diferença para alguém, tamanha diferença que os meus novos amigos e especialmente um amigo fez a mim. É o que eu desejo do fundo do meu coração e é o que eu vou tentar fazer durante o ano que vem. Ou pelo menos até a hora que janeiro termine e tudo volte ao normal.
Literaturando.
- Como Drummond compreende o amor, a partir do poema "Amar"?
Desde o início do ciclo antropocêntrico, os grandes nomes da Literatura vem tentando explicar o que é amor e principalmente o que é amar. Já dizia Camões em pleno Renascimento português:
Amar é inevitável. Quanto mais se conhece, mais se ama. Logo quanto mais se ama, mais humano se torna. O amor é o começo e o fim de todos nós, pois o mesmo amor que sonhamos quando jovens é o mesmo amor que agradecemos na velhice por termos encontrado. Tudo é amado, até mesmo a falta de amor. E nesse ponto, Drummond conclui o que foi dito por Camões:
Desde o início do ciclo antropocêntrico, os grandes nomes da Literatura vem tentando explicar o que é amor e principalmente o que é amar. Já dizia Camões em pleno Renascimento português:
"o amor é fogo que arde sem se ver, um contentamento descontente."A explicação para estes versos vieram séculos depois com Carlos Drummond de Andrade, que com o poema "Amar" nos mostra o que somos, qual a nossa função e para onde estamos indo. O ser humano vive para conhecer mais o mundo em que vive, reforçando seus laços com outros seres humanos, com a natureza e consigo mesmo. Para deixar de amar, o homem teria que negar a própria razão e com isso, o próprio homem.
Amar é inevitável. Quanto mais se conhece, mais se ama. Logo quanto mais se ama, mais humano se torna. O amor é o começo e o fim de todos nós, pois o mesmo amor que sonhamos quando jovens é o mesmo amor que agradecemos na velhice por termos encontrado. Tudo é amado, até mesmo a falta de amor. E nesse ponto, Drummond conclui o que foi dito por Camões:
Como pode nos corações humanos causar amizade, se tão contrário a si é o mesmo amor?
Rascunho #7
Tudo que um dia eu sonhei, desisti depois. Talvez algum dia eu tenha sonhado em viver. Sonhar com a felicidade parece tão fácil quando se é feliz, consumir alegria parece tão prazeroso quando se tem motivos, amar parece um sentimento tão lindo quando não se tem um coração cheio de mágoas.
Entrar num casulo para uma vida nova dói, deixar do lado de fora tudo te faz mal machuca, ainda mais quando o que te machucava era parte de você.
Quando o casulo abrir um mundo novo estará ao seu redor, cheio de sonhos para desistir, amores para chorar, felicidades para perder.
Um mundo novo, até o dia em que a esperança reaparecer.
Entrar num casulo para uma vida nova dói, deixar do lado de fora tudo te faz mal machuca, ainda mais quando o que te machucava era parte de você.
Quando o casulo abrir um mundo novo estará ao seu redor, cheio de sonhos para desistir, amores para chorar, felicidades para perder.
Um mundo novo, até o dia em que a esperança reaparecer.
Máscaras.
Dizer que você se conhece totalmente é um engano. Ninguém pode saber totalmente como é e muito menos do que é capaz. Estamos abertos à novas experiências e consequentemente às rasteiras que a vida nos dá.
Às vezes passamos por algumas situações em que somos obrigados a começar tudo de novo, nos tornarmos uma folha em branco e escrever uma nova página. Claro que é complicado e exige muito de nós, mas tem algumas pessoas que acabam levando isso meio a sério demais e se tornando pessoas totalmente opostas ao que realmente são ou que pensam ser. Acabam pensando que precisam fazer algumas coisas, usar alguma roupa específica ou ouvir uma certa música pra parecerem mais compreendidos e mais aceitos pelos outros. Esquecem de quem eram e passam a conviver com duas personalidades diferentes, aquela chamada de essência, que você não pode se desfazer, e aquela que você usa como disfarce, como uma máscara.
A sua essência carrega tudo que você é desde o momento que se deu conta que está nesse mundo por algum motivo, todas as tuas experiências, teus segredos, teus sentimentos e teus valores. O que você acha certo e o que acha errado. Tudo que você pensa sobre qualquer coisa e tudo que você faz está na sua essência, e isso é motivo de orgulho pra qualquer um.
E a sua máscara, bom, você sabe a sua máscara.
Usada para distrações e até para se aproximar dos outros, sua máscara é o artifício que você usa pra suportar o fardo que carrega por tentar esconder sua essência. Te traz uma ideia de segurança momentânea, de que você vai conseguir se tornar o que a sua máscara é, mas que no fim, quando você se pega pra pensar, te distancia cada vez mais do que você acredita ser. Todos nós já tivemos e ainda temos uma máscara, o que nos difere é o que a nossa máscara representa. Porque eu sei que você, quando está sozinho, pensa no que você está se tornando. Pensa no que está fazendo pra manter essa máscara e no que isso está te custando.
Finalmente você enxerga a sua essência correndo pelas suas veias, te trazendo de volta ao que você é. E você no fundo sente vontade de deixar sua essência fluir. Largar essa máscara e deixar que o sol te toque a face, mostrar aos outros quem você realmente é.
Só que você também sabe que a ideia de poder ser quem você não é te traz uma segurança em relação aos outros, porque não se pode confiar em qualquer um e logo achar alguém digno de conhecer sua essência se torna mais trabalhoso. Mas e quando a sua máscara se torna indispensável e você passa a depender dela pra ao menos ter alguma pseudo-amizade? Vale a pena passar por cima dos seus valores pra ser algo que você não é? Não te dói na consciência saber que você está se tornando um estranho à você mesmo? Você não sente vergonha dessa sua máscara?
E porque você acha que fazer certas coisas é necessário pra fazer parte de um grupo? Será que esse grupo merece saber a sua essência? E você, acha que conhece a essência deles?
Talvez um pouco de coragem e bom senso são necessários pra você tirar essa sua máscara de vez. Talvez o que você precise é de alguém pra te tirar essa máscara. E talvez você possa estar com essa pessoa ao seu lado, te escrevendo esse texto e esperando pra te revelar o teu melhor que você não se lembra há algum tempo.
Rascunho #6
Finalmente a verdade. Incrível como ela parece estar em sua frente, mas você só percebe isso depois que a enfrenta, não é? Como se ela convivesse com você todos os dias e você nunca a notasse, ou ao menos fingisse que não. Porém, existem verdades e verdades.
É mais difícil assumir uma verdade ou sustentar uma mentira? O que te convém mais, uma verdade destruidora ou uma mentira confortável? Até que ponto a verdade passa a ser o melhor caminho? Será que somos todos pecadores por mentir? Será que existe mesmo alguém lá em cima nos observando e exigindo bom comportamento, boas ações? E porque assuntos polêmicos sempre atraem assuntos mais polêmicos ainda?
Desculpe as interrogações, estou apenas procurando por respostas. Afinal, é o meu sexto rascunho e como todos, esse também só devia fazer sentido pra mim, mas algumas pessoas sacam as coisas.
E se de repente tudo o que você achasse errado agora parecesse o mais correto? E se viver por um motivo qualquer não significasse nada além de viver por viver? Viver por alguma coisa é pouco motivo pra sobreviver. Viver pra conhecer, experimentar, gostar ou não gostar, são motivos muito mais satisfatórios, convenhamos.
A curiosidade é boa em até certo tempo, mas e se a curiosidade se transforma numa coisa concreta que acaba por finalmente te fazer implorar por um auxílio, celestial ou não, de alguma coisa que você ao menos sabe se se importa com você? O que te leva a fazer loucuras? Vale a pena sair um pouco da linha? Aonde vai parar a felicidade numa hora dessas? Nossa auto-estima já não está danificada o suficiente?
Muitos dizem que encarar a verdade de uma vez é a melhor solução, mas como disse, existem verdades e verdades. Algumas valem a pena serem de fato verdades. Outras apenas existem para gerar mentiras. Além dessas, existem ainda aquelas que servem para nos deixarem mais afastados o possível dos outros, negando nossas próprias origens e nossos próprios princípios. E agora eu repito a pergunta: é mais difícil assumir uma verdade ou sustentar uma mentira?
É mais difícil assumir uma verdade ou sustentar uma mentira? O que te convém mais, uma verdade destruidora ou uma mentira confortável? Até que ponto a verdade passa a ser o melhor caminho? Será que somos todos pecadores por mentir? Será que existe mesmo alguém lá em cima nos observando e exigindo bom comportamento, boas ações? E porque assuntos polêmicos sempre atraem assuntos mais polêmicos ainda?
Desculpe as interrogações, estou apenas procurando por respostas. Afinal, é o meu sexto rascunho e como todos, esse também só devia fazer sentido pra mim, mas algumas pessoas sacam as coisas.
E se de repente tudo o que você achasse errado agora parecesse o mais correto? E se viver por um motivo qualquer não significasse nada além de viver por viver? Viver por alguma coisa é pouco motivo pra sobreviver. Viver pra conhecer, experimentar, gostar ou não gostar, são motivos muito mais satisfatórios, convenhamos.
A curiosidade é boa em até certo tempo, mas e se a curiosidade se transforma numa coisa concreta que acaba por finalmente te fazer implorar por um auxílio, celestial ou não, de alguma coisa que você ao menos sabe se se importa com você? O que te leva a fazer loucuras? Vale a pena sair um pouco da linha? Aonde vai parar a felicidade numa hora dessas? Nossa auto-estima já não está danificada o suficiente?
Muitos dizem que encarar a verdade de uma vez é a melhor solução, mas como disse, existem verdades e verdades. Algumas valem a pena serem de fato verdades. Outras apenas existem para gerar mentiras. Além dessas, existem ainda aquelas que servem para nos deixarem mais afastados o possível dos outros, negando nossas próprias origens e nossos próprios princípios. E agora eu repito a pergunta: é mais difícil assumir uma verdade ou sustentar uma mentira?